Eduardo Bolsonaro é sinônimo de encrenca em várias frentes – na relação do Brasil com os Estados Unidos, no embate com ministros do Supremo Tribunal Federal, na briga por sanções contra autoridades do governo federal e por anistia no Congresso Nacional.
Agora, existe outro problema que não é bom negócio para o senador Rogério Marinho, secretário-geral do Partido Liberal. Contrariado com Valdemar Costa Neto, todo-poderoso da legenda, Eduardo ameaçou sair do PL e levar mais de 30 deputados federais. Se a debandada ocorrer, haverá uma cisão considerável.
Segundo a imprensa, o filho 03 de Jair Bolsonaro está incomodado com a falta de ajuda financeira do partido para tocar suas articulações internas e externas. Eduardo não se conforma com o apoio de Valdemar a Michelle Bolsonaro, que preside o PL Mulher.
Além da falta de grana, o deputado quer impor uma hipotética candidatura à Presidência da República, diante da inelegibilidade do pai. A meu ver, essa confusão dos Bolsonaros no PL enfraquece a liderança de Rogério Marinho.
O senador potiguar é o homem de confiança de Jair Bolsonaro na estrutura partidária, e o restante da família também confia nele.
Não por acaso, Rogério ocupa um dos cargos mais relevantes do PL – a secretaria-geral. Vide o papel que desempenhou nas eleições municipais, viajando por todo o país para montar chapas e firmar alianças com partidos da direita.
O senador é lembrado para a eleição nacional, compondo a chapa presidencial na condição de vice. No âmbito local, reafirma sua pré- -candidatura ao Governo do Estado.
Talvez a ameaça de Eduardo não passe de bravata, mas a tensão política que ele gera no PL prejudica muita gente – entre os quais Rogério Marinho.
Por Diógenes Dantas