O ex-governador Leonel Brizola deve estar se revirando no túmulo. O PDT, que fundou quando uma manobra do ex-ministro Golbery do Couto e Silva lhe tirou a sigla do PTB, corre o risco de acabar. A crise surgida agora com a saída do presidente da sigla Carlos Luppi do ministério da Previdência e a escolha de um substituto sem o aval da bancada da legenda mostra a fragilidade que o partido enfrenta atualmente. Duas vezes candidato a Presidência pela legenda, Ciro Gomes, criticou abertamente o partido, expondo o racha da legenda. Na legislatura passada, o PDT tinha 28 deputados e caiu para 17 na atual. E corre o sério risco de não atingir a cláusula de barreira em 2026 se continuar minguando desse jeito.
Na prática o que acontece é que entre os partidos de esquerda o PT ficou tão superlativo que absorve tudo que aparece ao seu redor. O PSB ainda se mantém como uma alternativa que interessa à governabilidade para o próprio PT, e pode ser a saída para o PDT a partir de uma fusão ou federação, mas em condições muito desfavoráveis aos trabalhistas já que o PSB tem no prefeito do Recife, João Campos, uma alternativa que se projeta para as eleições de 2030, após uma eventual passagem pelo governo de Pernambuco.
No Rio Grande do Norte, o PDT foi nos últimos anos comandado pelo ex-prefeito Carlos Eduardo, mas suas derrotas eleitorais em 2018 e 2022 enfraqueceram sua posição na legenda e o PT local acabou indicando a ex-deputada Márcia Maia, que ocupa a presidência da Agência de Fomento do Rio Grande do Norte, nomeada pela governadora Fátima Bezerra (PT), para ficar com a legenda no âmbito estadual, mas sem um nome viável eleitoralmente para uma eventual candidatura a federal.
Luppi reassumiu a presidência nacional do PDT, da qual estava licenciado, embora na prática seja o presidente do partido desde 2004, e promete se dedicar a reforçar o partido nos Estados e a trabalhar pela fusão ou formação de uma federação que salve a legenda da degola da cláusula de barreira.
Do Na Hora H