Professor da FELCS apresenta trabalho sobre processo de certificação de alimentos

O professor Diego Cristóvão Alves de Souza Paes, da Faculdade de Engenharia, Letras e Ciências Sociais do Seridó (Felcs) e do Mestrado em Administração Pública em Rede Nacional (Profiap) da UFRN, participou nesta quinta-feira, 4, do 40º Colóquio do European Group for Organizational Studies (EGOS Colloquium), em Milão, na Itália. Na ocasião, ele apresentou o trabalho Certified organic: How to hide systemic issues in the Brazil nut supply chain. O evento vai até 6 de julho e reúne acadêmicos de diversos países.

O estudo apresentou uma perspectiva crítica em sustentabilidade acerca do mercado de produtos certificados e conta com coautoria de Almog Griner, doutora em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e de Mariluce Paes de Souza, professora da Universidade Federal de Rondônia (Unir).

Os pesquisadores analisaram a cadeia produtiva da castanha-do-pará tendo como base os resultados de quatro diferentes projetos realizados ao longo de mais de 10 anos na Amazônia Brasileira. São eles: Mudanças na rota da Castanha-da-Amazônia no Arco Norte da Amazônia; Diagnóstico para Conhecimento Local e Mapeamento de Atores Chaves da Extração da Castanha-do-Brasil na Região de Boca do Acre; Diretrizes Estratégicas para a cadeia produtiva da castanha-do-brasil e Planos de Ação para implementação de um piloto de organização do segmento extrativista e Capacitações, seminários e eventos voltados para grupos de extrativistas e atores da cadeia produtiva da castanha-do-brasil, na Região de Boca do Acre.

O estudo revelou a ausência de justificativa válida para a criação de categorias premium da castanha, de modo que o desenvolvimento de classificações artificiais serviria apenas para atender aos interesses de empresas privadas detentoras de capital para a certificação e para beneficiar a existência de empresas certificadoras. Nesse sentido, Diego afirma que a diferenciação entre premium e convencional é irrelevante, já que todas as castanhas-do-pará são produtos da floresta e, consequentemente, orgânicas.