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Crianças de Lagoa Nova vão lançar animação em telão de cinema

Um caminhão-cinema equipado com uma estrutura com telona de 8×6 metros, projetor digital, sistema de sonorização e 200 cadeiras para acomodar os espectadores desembarcará no interior do Rio Grande do Norte para lançar a animação “Nosso Tempero”. Com roteiro, desenhos e animação de crianças da Escola Municipal “João Luiz Victor”, de Sítio de Dentro, na área rural de Lagoa Nova, na Serra de Santana, o filme será apresentado para a comunidade em sessões abertas e gratuitas.

Para fazer a obra sobre um pequeno povoado dominado pelo caju, os estudantes do 4º e 5º ano do ensino fundamental se juntaram às profissionais de cinema do Projeto Animação/Ponto de Cultura Animazul, do Instituto Marlin Azul, durante oficina sobre a linguagem e as técnicas do cinema de animação. A primeira sessão de lançamento será realizada no dia 13/11 (quinta-feira), às 19 horas, na Praça da Igreja Católica da Imaculada Conceição, no Povoado Manoel Domingos, área rural de Lagoa Nova. No dia seguinte, 14/11 (sexta-feira), às 19 horas, será a vez de lançar o filme na Praça de Eventos Geraldo Dantas, na sede do município.

Do LND

“O Agente Secreto”, com atriz potiguar cotada ao Oscar, estreia nos cinemas de Natal

“O Agente Secreto”, novo filme do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho, que tem no elenco a atriz potiguar Tânia Maria, 78 anos, cotada ao Oscar 2026 pela revista “Variety” e pelo site especializado “The Hollywood Reporter”, estreou no último sábado (25) nos cinemas de Natal. A estreia nacional está prevista para o dia 6 de novembro.

O longa acompanha a história de Marcelo, interpretado pelo ator Wagner Moura, um professor especializado em tecnologia que se muda de São Paulo para Recife em 1977 com o objetivo de recomeçar a vida, mas, ao chegar à capital pernambucana em plena semana de carnaval, em plena ditadura militar, se vê envolvido em uma rede de conspirações e espionagem ao tentar descobrir segredos sobre sua mãe e fugir de seu próprio passado.

Já a seridoense Tânia Maria, moradora do povoado da Cobra, no município de Parelhas, interpreta Sebastiana. Ela é a dona de um prédio onde funcionava um “aparelho” que abrigava dissidentes da ditadura militar brasileira na década de 1970, entre os quais Marcelo, personagem de Wagner Moura.

“O Agente Secreto” foi ovacionado na estreia em maio no 78ª Edição do Festival de Cannes. O filme obteve duas premiações: melhor ator para Wagner Moura e melhor diretor para Kleber Mendonça Filho. A Palma de Ouro ficou com o longa “Um simples Acidente”, do cineasta dissidente iraniano Jafar Panahi.

Na última quarta-feira (22), o filme teve uma sessão de pré-estreia em Natal, com a participação de Tânia Maria e do ator potiguar Kaiony Venâncio, que interpreta o personagem Valmir, um estivador que trabalha no Porto de Recife, mas, na verdade, é um matador de aluguel.

O longa tem ainda no elenco a também potiguar Alice Carvalho, que, ao lado do restante das estrelas do filme, passou pelo tapete vermelho do Festival de Cannes ao som de uma orquestra de frevo.

Wagner Moura sobre atriz parelhense Maria: “Sou louco por ela”

“Maravilhosa. Ela é uma loucura, eu sou louco por ela”. Foi assim que o ator Wagner Moura, protagonista de “O Agente Secreto”, o novo filme do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho, se referiu à atriz potiguar Tânia Maria, 78 anos, moradora do povoado da Cobra, no município de Parelhas, na região Seridó do Rio Grande do Norte.

“As primeiras cenas que eu faço com ela foram as primeiras cenas que eu filmei. Você vai ver, eu tô na cena, eu assim, olhando pra ela, admirando ela, besta com ela, reagindo ao que ela me falava. Ela é uma loucura, eu sou louco por ela. Pena que ela não tá aqui”, disse o ator ao chegar parta a estreia do filme no Festival do Rio.

Em “O Agente Secreto”, Wagner Moura interpreta Marcelo, um professor especializado em tecnologia que se muda de São Paulo para Recife em 1977 com o objetivo de recomeçar a vida, mas, ao chegar à capital pernambucana em plena semana de carnaval, ainda durante a ditadura militar brasileira, é envolvido em uma rede de conspirações e espionagem ao tentar descobrir segredos sobre sua mãe e fugir de seu próprio passado.

Já Tânia Maria interpreta Sebastiana. Ela é a dona de um prédio onde funcionava um “aparelho” que abrigava dissidentes da ditadura militar brasileira na década de 1970, entre os quais Marcelo, personagem de Wagner Moura.

O longa de Kleber Mendonça Filho, com estreia prevista para o dia 6 de novembro de 2025, foi escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para representar o país no Oscar 2026, na categoria de “Melhor Filme Internacional”.

Perguntada sobre como tinha sido contracenar com Wagner Moura, Tânia “fingiu costume” respondendo com tranquilidade que foi “normal”, assegurou não ter ficado nervosa e confessou ter se admirado com a beleza do astro ao vivo: “Ele é lindo, lindo, lindo”, repetiu.

Além de se admirar com a beleza de Wagner Moura, Tânia também falou sua admiração pelo ator, dizendo que “ele é um amor” e que a “ensinou muito”. “Ele me ensinou que se a gente errar uma cena, não é para parar. Continua, aí quem vem atrás fecha a porteira”, disse.

Florescer: Trapiá Semente estreia espetáculos em cinco municípios

São Vicente, Lagoa Nova, Jardim de Piranhas, Jucurutu e Cerro Corá recebem apresentações gratuitas com jovens formados pelo projeto

Com a proposta de aproximar crianças e adolescentes do Seridó potiguar do teatro, o Projeto Trapiá Semente inicia a fase “Florescer”, que segue ao longo do mês de outubro. As apresentações gratuitas acontecem em cinco municípios – São Vicente, Lagoa Nova, Jardim de Piranhas, Jucurutu e Cerro Corá – com os grupos formados em cinco meses de processo de montagem em 2025.

O Trapiá Semente é estruturado em quatro fases, que simbolizam o processo de formação artística: “Semear”, “Regar”, “Florescer” e “Cultivar”. A iniciativa envolve jovens em oficinas de atuação, dramaturgia, corpo, voz , trilha sonora, figurino e cenografia. Desde sua criação, já alcançou mais de 20 municípios, contemplou cerca de 400 jovens e proporcionou experiências culturais a aproximadamente 15 mil pessoas.

Segundo a produtora cultural Tatiane Fernandes, a fase “Florescer” marca a conclusão do ciclo. “É neste momento que nascem os grupos e os espetáculos. A expectativa é de que essa semente plantada prospere como um novo coletivo artístico para o Seridó potiguar e para o Rio Grande do Norte, garantindo que as artes teatrais continuem se espalhando e ganhando novos públicos”, afirma.

Ela ressalta ainda uma novidade desta edição: a presença de diretores da Associação Cultural Trapiá diretamente à frente dos espetáculos. “Esse contato e convívio entre o fazer teatral da Trapiá e os grupos que surgiram do Trapiá Semente foi muito mais intenso. Isso não apenas enriqueceu os processos criativos, como também possibilitou uma troca de saberes mais profunda, fortalecendo o vínculo entre mestres e aprendizes”, explica.

Programação

Dois espetáculos já foram realizados: em São Vicente, no dia 14 de setembro, e em Cerro Corá, no dia 30.

A programação segue com novas apresentações em outubro:

06 de outubro: Jucurutu (Teatro Municipal), às 18h30

13 de outubro: Lagoa Nova (Escola Municipal João XXIII), às 19h

18 de outubro: Jardim de Piranhas (Praça da Matriz), às 19h

Duas atrizes do RN podem desfilar no tapete vermelho do Oscar

Quem poderia imaginar um cenário com duas atrizes do Rio Grande do Norte na maior premiação do cinema internacional?

O feito está muito próximo de se tornar realidade com as atrizes Alice Carvalho e Tânia Maria, ambas do Rio Grande do Norte, que estão n’O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, filme que indicado para representar o Brasil na disputa pelo Oscar 2026 para Melhor Filme Internacional.

Alice Carvalho interpreta a professora Fátima, parceira do personagem central vivido por Wagner Moura.

Ela que já foi sucesso na série Cangaço Novo e no remake da novela Renascer

Tânia Maria, por sua vez, é uma presença inspiradora: natural do povoado Santo Antônio da Cobra, em Parelhas (RN), ela tem 78 anos e começou a atuar no cinema relativamente tarde — sua estreia foi aos 72 anos, no filme Bacurau.

Em O Agente Secreto, Tânia interpreta Dona Sebastiana, uma proprietária de apartamentos em Recife que acolhe refugiados com humanidade, força e humor. Sua performance tem sido muito elogiada, o que lhe vale a menção entre as apostas da revista Variety para uma possível indicação ao Oscar 2026 como atriz coadjuvante.

Do TL

Florânia e São Vicente receberão Cinema Itinerante do programa Brasil Antenado

uma iniciativa que transformará praças e espaços públicos em grandes salas de cinema a céu aberto, combinando lazer e informação. O projeto tem como objetivo entreter as famílias e comunicar, de forma lúdica e interativa, como os beneficiários do Cadastro Único (CadÚnico) podem receber gratuitamente um kit com a nova parabólica digital.

As sessões serão realizadas sempre com telão de LED, distribuição gratuita de pipoca e a exibição de “O Auto da Compadecida 2”. Antes da exibição do filme, o público assiste a um trailer explicativo com detalhes sobre o programa. Além disso, instrutores estarão presentes durante as sessões para tirar dúvidas e orientar os moradores do município sobre como solicitar gratuitamente a nova antena.

A iniciativa é da Entidade Administradora da Faixa (EAF), empresa responsável pela execução do Brasil Antenado, que está sendo realizado em 323 cidades do país que não possuem sinal ou com sinal precário de TV aberta, e por isso a necessidade da instalação gratuita da antena digital. O programa foi instituído pelo Ministério das Comunicações através da Portaria nº 17.337, de 7 de abril de 2025.

15/setembro: Florânia
16/setembro: São Vicente

Filme potiguar celebra memória trans e travesti

A trajetória de Leilane Assunção, uma das primeiras mulheres transexuais doutoras do Nordeste, inspira o curta-metragem “Transcedendo Fronteiras”, que será lançado no dia 27 de agosto, às 19h, no Auditório do LABCOM (DECOM/UFRN). A obra, contemplada pela Lei Paulo Gustavo, reúne histórias de resistência e afirmação de figuras centrais na luta travesti e transexual no Rio Grande do Norte e no Brasil.

No elenco, nomes como Dediane Souza, defensora dos direitos humanos; Jacqueline Brasil, presidenta da Rede Atrevida e referência histórica no RN; Jeniffer Rocha, primeira mulher transexual sem-terra a ter nome e gênero reconhecidos oficialmente no estado; Janaina Lima, primeira travesti gestora pública do RN; e Wanja Celine, primeira mulher trans potiguar a realizar cirurgia de afirmação de gênero pelo SUS. Mais do que um filme, a obra é rito, celebração e afirmação do direito à memória.

A direção e roteiro é da antropóloga Sol Alves, que chegou a Natal em 2023 para cursar mestrado no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFRN, após ser aprovada no primeiro edital específico para travestis e transexuais da instituição. Em entrevista ao Saiba Mais, ela falou sobre o processo criativo, o impacto esperado e a importância da preservação da memória trans e travesti.

Artistas potiguares realizam tributo ao compositor Almir Padilha

Nesta quarta-feira (23), o Teatro Alberto Maranhão (TAM) recebe artistas potiguares de várias vertentes musicais para reverenciar a obra do compositor natural de Parnamirim, que faleceu em maio de 2025.

Filho do compositor Almir Padilha, o multiartista Caio Padilha convida artistas potiguares de várias vertentes musicais para a realização de um grande tributo ao seu pai, falecido em maio de 2025. O show de homenagem ao autor de “Saudade d’ocê” e outras canções que falam de amor, de revoadas, de natureza e de tradições nordestinas, será realizado nesta quarta-feira (23), às 19h, no Teatro Alberto Maranhão, situado no bairro da Ribeira, em Natal (RN). A entrada é gratuita e o acesso é livre. A capacidade do teatro é de 600 lugares.

Ator, compositor e instrumentista, o artista Caio Padilha dividirá o palco com seis intérpretes: Carlos Zens, César Holanda, Cida Lobo, Deusa do Forró, acompanhada do sanfoneiro Reniê Apriggio, e ainda Galvão Filho e Ismael Dumang.

O tributo será conduzido por uma banda/base formada por Diego Francisco (diretor musical, violão e guitarra), Erick Firmino (baixo), Ricardo Baya (violão e guitarra) e Sílvio Franco (bateria). “Está sendo uma grande emoção revisitar essa trajetória de alguém como Almir Padilha, que dedicou de fato a vida ao ofício de compositor, de canções populares, que levou o nome de Parnamirim e o nome do Rio Grande do Norte por onde passou, com muito orgulho, a vida toda”, explica Caio.

Curta ‘Casa do Louvor’ terá pré-estreia em Currais Novos, dia 31 de julho

O filme que tem direção de Marcélia Cartaxo e Cristiane Fragoso será exibido em Serra do Mel, Mossoró, Florânia e Currais Novos; programação inclui oficinas de formação em audiovisual.

O curta-metragem Casa do Louvor, o Filme, dirigido pelas cineastas Marcélia Cartaxo e Cristiane Fragoso, terá sua pré-estreia em quatro cidades do interior do Rio Grande do Norte: Serra do Mel, Mossoró, Florânia e Currais Novos, respectivamente nos dias 28, 29, 30 e 31 de julho de 2025.

A obra é uma adaptação audiovisual do espetáculo teatral homônimo da Cia Bagana de Teatro (RN)com Direção dramaturgica de Carla Pires Martins, produzido em parceria com a Traquitana Cultural, e contará com exibições seguidas de oficinas de formação artística na área do audiovisual – uma ação estratégica que busca fomentar políticas públicas culturais nos municípios envolvidos.

A história do filme nascido nos palcos e agora adaptado para as telas, trata do preconceito e do descaso vividos por operárias do sexo no bairro Alto do Louvor, em Mossoró (RN). A narrativa trata da luta e resistência de mulheres em meio a uma sociedade patriarcal e conservadora do interior nordestino. O filme tem como protagonistas atrizes da própria companhia e roteiro assinado por Ana Carla Azevedo, Joriana Pontes, Marcélia Cartaxo e Cristiane Fragoso.

Documentário destaca protagonismo feminino quilombola no RN

O curta-metragem As Dançadeiras de São Gonçalo apresenta uma imersão delicada na prática tradicional da dança que leva o nome do santo português, mantida com vigor pelas mulheres da comunidade quilombola Pêga, em Portalegre, no Alto Oeste potiguar. A produção será exibida no dia 11 de julho na Mostra Horizontes do Festival Goiamum, em Natal.

Sob direção de Jorge Andrade, o filme constrói um retrato poético e respeitoso das dançadeiras, revelando como suas performances são carregadas de espiritualidade, resistência e memória coletiva. A obra não apenas documenta um rito, mas valoriza o gesto, o silêncio e a presença como elementos centrais de uma herança viva.

Tradição ancestral ainda pulsante

Embora a Dança de São Gonçalo esteja presente em várias regiões do Brasil, no Rio Grande do Norte ela segue viva apenas nas comunidades quilombolas Pêga e Arrojado. Com raízes na fé católica, a prática ganhou contornos locais, marcados pela força da cultura afro-brasileira e pelos modos de vida do sertão potiguar.

As Dançadeiras de São Gonçalo vai além do registro folclórico ou religioso. Ao se debruçar sobre as histórias das mulheres que mantêm essa tradição, o documentário reconhece a dança como uma expressão de identidade, conexão espiritual e afirmação cultural.

“Queríamos compreender o que leva cada mulher a seguir dançando, o que habita nos intervalos, nos gestos e nos silêncios”, explica o diretor. “Nosso ponto de partida foi a escuta. Não se trata apenas de mostrar, mas de sentir com elas.”

A ideia do projeto nasceu do desejo de romper com representações estigmatizadas das populações quilombolas, frequentemente retratadas a partir da dor e da ausência. A proposta foi construir, com sensibilidade e ética, um registro que parte do território e do afeto, priorizando a celebração da vida e da resistência cotidiana.