Emigração pode explicar baixo crescimento do Nordeste no Censo 2022

A saída de nordestinos para outras áreas do Brasil, associada à falta de oportunidades de emprego, pode ser o principal fator para o baixo crescimento populacional da Região Nordeste. A conclusão é dos professores do Programa de Pós-Graduação em Demografia da UFRN (PPGDem/UFRN) Wilson Fusco, que também é diretor da Diretoria de Pesquisas Sociais da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), e Ricardo Ojima, chefe do Departamento de Demografia e Ciências Atuariais da UFRN, em nota técnica publicada pela Fundaj. A nota aborda os resultados preliminares do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último dia 28 de junho, com um recorte sobre o Nordeste. De acordo com o Censo, a região ainda ocupa a segunda posição no ranking populacional, com 54,6 milhões de pessoas, mas com diminuição de participação no todo, uma vez que sua taxa de crescimento foi a menor do país, com 0,24% anuais. “Historicamente, esta região enfrenta desafios econômicos e sociais, e a inércia dos movimentos emigratórios que leva nordestinos para outras regiões há décadas, associada à falta de oportunidades de emprego, pode estar na explicação desse baixo crescimento”, destacam os pesquisadores.