Potiguar grávida de trigêmeas é afastada de Fernando de Noronha e mobiliza campanha

“Eu sei que não vai ser fácil, mas desejo encarar cada fase fazendo o melhor que eu puder.” É no que se empenha a natalense Elaine Albino da Silva, de 33 anos, grávida de 8 meses de trigêmeas. “Que eu seja forte o suficiente para dar conta das três”, completa. Por causa da gestação, ela foi afastada de Fernando de Noronha (PE), onde trabalhou por um ano e meio como camareira. Agora, faz campanha de arrecadação, com apoio da Ajagun Obirin, organização de mulheres negras do Rio Grande do Norte.
Com pouco mais de 3 mil habitantes, Fernando de Noronha é um dos principais destinos turísticos do Brasil, santuário ecológico, Patrimônio Natural da Humanidade e não permite nascimentos. O protocolo local prevê que grávidas se mudem para Recife (a 545 km de distância) quando chegam à 28ª semana (7 meses) de gestação. Em 2004, foi desativada a única maternidade, no Hospital São Lucas, alegando que era alto o custo de manutenção diante da média de 40 partos por ano.

Não existe lei com a proibição, mas autoridades da ilha e empresários se encarregam de transferir as grávidas. O patrão de Elaine tratou de mandá-la de volta para a cidade de origem, ao saber da gravidez tripla, mantendo o vínculo empregatício.

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